segunda-feira, 15 de junho de 2009

Santo António!

Não há muito que me perguntaram se eu gostava da cultura popular, quiçás por ser eu um "apaixonado" e profissional da música clássica. A resposta nem eu a sei. Depende! Depende do que se faz, de quem a faz e para quê.
Se é para homenagear qualquer personagem da vida pública só porque sim, então não gosto. Se é para homenagear e festejar, como foi o caso de Sábado passado, um Santo Popular, então sim, sim e sim. Porque, neste último caso, é o reavivar de algumas tradições que estão perdidas por não se ter feito o que quer que seja para evitar esta lamentável perda. A culpa? É de todos!
Mas mais que lamentar, o importante é dar os parabéns à Ana Maria, a todos os bailadores e bailadoras pelo excelente desempenho, sacrifício e alegria revelados.
Só faltou um pouco mais de luz no Largo dos Carvajais, mas isso que importa. O importante é que se fez algo em prol de Campo Maior e de todos os Campomaiorenses.
Força, Ana Maria!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

In Memoriam - GLORIA DE SANT'ANNA 1935 - 2009


Faleceu ontem, dia 3 de Junho esta ilustre senhora da Literatura Portuguesa!
Tive o privilégio de a ter como amiga, amizade que se iniciou por musicar dois poemas seus, "O Pescador" e "É o vento".
Ficámos um pouco mais pobres, Portugal e Moçambique.
Trancrevo o testemunho deixado no blogue " daliteratura.blogspot.com" de Eduardo Pitta (poeta):
A sua "obra é um testemunho de revalorização do silêncio (cf. Steiner) em meio da balbúrdia universal. Natural de Lisboa, viveu em Moçambique entre 1951 e 1975. Toda a vida foi professora, mantendo regular colaboração na imprensa moçambicana. No regresso a Portugal radicou-se em Ovar. Da sua obra destaco Livro de Água (1961), que recebeu o Prémio Camilo Pessanha da Academia das Ciências de Lisboa. O conjunto da sua poesia foi editado em 1988 pela Imprensa Nacional: Amaranto. Poesia 1951-1983, volume que inclui o livro inédito Cantares de Interpretação, escrito depois de deixar África. Glória de Sant'Anna pertence por direito próprio à geração de poetas portugueses que a tradição associa à poesia feita em Moçambique: Rui Knopfli, Reinaldo Ferreira, Sebastião Alba, João Pedro Grabato Dias, Lourenço de Carvalho e outros. Em 1975, antes de deixar Moçambique, publicou um livro de crónicas: Do Tempo Inútil

Deixo aqui quatro versos em que cabe toda a sua ars poetica:

A essência das coisas é senti-las
tão densas e tão claras,
que não possam conter-se por completo
nas palavras.

In Memoriam"

Em daliteratura.blogspot.com