segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Apoio a la Orquesta de Extremadura

Publico aqui esta carta do meu colega director de orquestra Pablo Heras-Casado. Faço minhas as suas palavras:

"El director de orquesta español Pablo Heras-Casado, joven granadino que después de haber dirigido las más importantes orquestas de todo el mundo va a hacer su debut el próximo 20 de octubre con la mítica Berlin Philharmonic Orchestra.

¡Muchas gracias por tus palabras, Pablo!

Quiero expresar todo mi apoyo a la Orquesta de Extremadura por la labor que estáis realizando en vuestra Comunidad. Una orquesta no es sólo un grupo de músicos, es un símbolo cultural de la sociedad en la que vive y con la que dialoga, es un referente de los valores en los que se sustenta, un ejemplo de universalidad en un contexto geográfico amplio, un punto de encuentro donde vernos reflejados, donde confrontar con las grandes Obras de Arte lo que somos y lo que quisiéramos ser. Una orquesta debe ser un estandarte del que cualquier sociedad se debe sentir orgullosa. Una orquesta no se mide con números, no se cuestiona. Tampoco cuestionamos las iglesias ni los museos, porque todos ellos son templos que encierran parte sustancial de lo que somos.

Bajo estas premisas ningún político debería sentirse con autoridad para cerrar una orquesta y privar a la sociedad de un bien incalculable, de un referente para las generaciones futuras, de una aspiración para muchos ciudadanos. Estamos en momentos difíciles, está claro, pero seguro que hay fórmulas para hacer que una Orquesta tenga su sitio en el frío espacio del documento con los presupuestos de la administración. Seguro que TODOS quieren luchar para que esto sea posible. Sres políticos, escuchen a su orquesta, escuchen a su público, y a su sociedad. No destruyan un templo del Arte: en estos momentos, precisamente, no estamos sobrados de referentes con valores que nos hagan mejores.

Atentamente,

Pablo Heras-Casado, director de orquesta"

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Les Journées du Patrimoine






Depois da homenagem (mais que desejada) à poetisa Glória de Sant'Anna, deixo aqui o "Dossier de Presse" das "Journées du Patrimoine", onde estarei (espero) presente muito brevemente para escutar a minha amiga e genial soprano francesa SABINE STEFFAN que irá emprestar a sua belíssima voz a três criações minhas: "BONSOIR MADAME LA LUNE" - para Soprano Solista, Coro Misto e Piano e "ALMA REDEMPTÓRIS" estas duas em estreia mundial e "AVE MARIA" em reestreia.
ALMA REDEMPTORIS e AVE MARIA têm texto em latim e BONSOIR MADAME LA LUNE tem texto em francês. Este poema francês do século XVI de autor anónimo é de uma beleza e humor finíssimos:



Bonsoir madame la Lune
Que faites-vous donc là ?
J'fais mûrir des prunes
Pour tous ces enfants-là.

Bonjour monsieur le Soleil
Que faites-vous donc là ?
J'fais mûrir des groseilles
Pour tous ces enfants-là.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Homenagem a Glória de Sant' Anna - Reflexos

Já o deveria ter feito, mas ontem foi-me de todo impossível. Ainda tentei escrever, mas estava demasiado cansado e extasiado pelo domingo excepcional que tive e tivemos.
Sempre participei com a minha CAMERAʇtA IBÉRICA, desculpem-me este "puxar a brasa à minha sardinha", na mais que merecida e justa homenagem à poetisa Glória de Sant' Anna. E foi bom, muito bom, mesmo. Deu para perceber que a música orquestral tocada por 5 instrumentistas de grande valor técnico e musical, é bem aceite, assim como as minhas canções(zecas). A nossa soprano convidada, Jacinta Almeida, é sem sombra de dúvida uma cantora de eleição. Que magnífica interpretação de todas as minhas 5 canções! Obrigado, Jacinta! Aos músicos acompanhantes e integrantes deste novel agrupamento musical, Alfonso Pineda, Amadeu d' Oliveira, Antonio Mateu, Cecília García e Ruben Venegas, só lhes posso agradecer do fundo do meu coração. Parabéns a todos!
E já que estou em maré de agradecimentos, quero deixar os meus parabéns à Câmara Municipal de Ovar pela excelente organização de um evento simples, mas cheio de emoção.
Também tenho de agradecer à família Andrade Paes, irmãs Inez e Andrea e demais amigos e amigas, pela sua participação e colaboração, que sem a sua preciosa ajuda esta homenagem não teria tido nem sido tão calorosa, emocionante e comovente.
Tanto eu como os músicos adorámos estrear-nos em Ovar!
Penso que todos gostaram da nossa actuação, apesar de não ter sido brilhante, ainda que com grandes momentos de virtuosismo e musicalidade raras, não esmoreceu nem escureceu tão importante acontecimento.
Vou e vamos, de certeza que sim, ficar ligados a Ovar de coração, pela gentileza e amabilidade e pelo bem-fazer. Eu já o estava antes, pois a beleza e grandeza da poesia de Glória de Sant' Anna leva o meu imaginário para terras longínquas (Moçambique) onde nunca estive e outras onde estive.
Como não é todos os dias, nem meses, que um compositor tem a oportunidade e o privilégio de apresentar em estreia mundial, unicamente um concerto só com trabalhos seus, só tenho que agradecer a todos que trabalharam para que acontecesse. E que obras, meu Deus! Difíceis, difíceis, difíceis! Grandes músicos!
Grato, sinceramente, pelos livros, Inez e Andrea!
Em meu nome, da minha família e da CAMERAʇtA IBÉRICA, um obrigado muito grande, ENORME, à família Andrade Paes!
Até breve.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

DISSONÂNCIAS III

Começo a ficar preocupado. Muito preocupado mesmo, porra! Desculpem-me o termo! Mas começo a pensar que a CULTURA deste país está a ir pelo cano!
Dizem-me que o país está em crise, mas ... Que culpa tem a Cultura? Num país onde investir em cultura é coisa rara, porquê vender a Antena 2? Vou ter que me limitar a escutar a Radio Nacional de España ou ver o Mezzo? Ou terei que me limitar a ouvir música culta, Jazz e "Clássica", que eu gosto só pela internet? Não me parece que este seja o caminho.
Não creio que alguém com dinheiro, muito dinheiro esteja disponível para o investir na Antena 2 e manter o formato e o nível.
Pelo contrário, não me preocupa o desaparecimento ou a transformação do Ministério da Cultura em Secretaria de Estado. Porque nunca senti nem vi qualquer transformação cultural na sociedade portuguesa. Quem recebia subsídios continuou a receber subsídios ... E vai continuar a receber subsídios, talvez com menos euros, mas tudo na mesma "como a lesma".
Não bastava já a falta de políticas culturais municipais? Ou iremos ter que aguentar-nos com "Carnavais de Verão" e afins?
E que pensar da ex-Ministra da Cultura não querer receber o actual Secretário de Estado da Cultura? Penso que o país e a Cultura mereciam menos sobranceria.

domingo, 26 de junho de 2011

DISSONÂNCIAS II

Estive a ver o 2º Canal da RTP, o tal que deve ser vendido...! O que é pena pois ainda é dos poucos que vai fazendo alguma coisita pela Cultura deste País!
Vamos ao que importa.
Estive a ver, melhor, a rever um programa sobre o "SISTEMA" na Venezuela, país desse magnífico director de orquestra, Gustavo Dudamel Ramirez, também ele saído do "SISTEMA".
Mas o que é o "SISTEMA"? O sistema é um movimento humanitário, cultural e social para a inclusão! Mas como? É simples, através da MÚSICA E DO ENSINO DESTA!
para quem quiser saber mais, deixo aqui o link : http://www.fesnojiv.gob.ve/
É certo que continuo fascinado pelo "SISTEMA", não porque seja o sistema em si, transcendental, mas porque o empenhamento das classe mais desfavorecidas na "instrução" dos seus filhos, leva a empurrar para a escola os seus educandos.
A Música não é só diversão, mas lá, na Venezuela, pelo que li e vi, a instrução dá educação por e pela Música. e OS MIÚDOS GOSTAM!!!!!
Tudo isto se deve a um sonhador, um semeador de ilusões, fazedor de sonhos e de realidades: José Antonio Abreu Anselmi, venezuelano, criador e fundador do Sistema Nacional das Orquestra Juvenis e Infantis da Venezuela.
Este "SISTEMA" já foi implementado nos USA, dando origem a uma formação orquestral.
Quem estuda música e faz música de conjunto, sabe que todos os outros são tão importantes quanto ele. Tocar numa orquestra, numa banda ou num grupo de música de câmara, é aprender a partilhar, a aceitar e, fundamentalmente a dar sem receber nada em troca! É também saber qual o seu lugar e o seu papel em relação a um universo complexo, como o da música de conjunto. Porque se tu tocas mal, todo o grupo ou orquestra toca mal, mas se tu tocas bem, podes levar os outros a tocar ainda melhor. A isto chama-se entreajuda, colaboração com o próximo. É dar sentido à própria vida e à dos outros.
Posso afirmar que, quem estuda música a sério, (e isto é muito importante e fundamental), tornar-se-á melhor cidadão, promoverá o desenvolvimento cultural, social e económico do seu bairro, vila ou cidade, tal como acontece na Venezuela e noutros países.
Se nós continuarmos a comprar PS3, computadores e jogos de última geração aos nossos filhos, jamais eles saberão dar o real valor e a lutar contra as dificuldades da vida.
Se o "SISTEMA" poderia ser implementado em Portugal? Claro que sim, mas as mentalidades dos nossos políticos e governantes teria que mudar e muito!

domingo, 19 de junho de 2011

Dissonâncias I

O maestro António Vitorino de Almeida esteve em Campo Maior.
Apesar da muita insistência da Câmara Municipal, decidi não comparecer, apesar de eu admirar e muito o maestro. Porquê? Porque não é assim que se faz Cultura.
Este tipo de eventos só é válido quando inseridos numa sequência cultural que em Campo Maior nunca existiu, não existe e duvido que alguma vez venha a existir. E a explicação é muito simples: não há uma política cultural para Campo Maior!
Há p’ra aí umas actividades pretensamente culturais, mas cultura nenhuma.
E agora pergunto eu. O maestro veio de graça? O piano foi emprestado? Quanto custou esta “brincadeira” ao erário público? Porque eu sei qual o “cachet” normal do maestro, ainda por cima com uma cantora.
E se não há dinheiro para associações culturais, como é que houve dinheiro para esta actividade?
Só mais uma pergunta: onde e quando se fundará a ESCOLA DE MÚSICA? Campo Maior merece muito mais da parte do município e de quem o dirige.

terça-feira, 10 de maio de 2011

COMUNICADO


Demiti-me da Ad Septem Ars! Desde quarta-feira passada, 4 de Maio, que já não sou presidente da Ad Septem Ars.

Há muitas razões, mas a fundamental é a minha falta de tempo. Como comuniquei aqui neste meu blog, recentemente fundei um quinteto/sexteto, a Cameratta Ibérica, grupo dedicado à música de câmara contemporânea e, principalmente aos arranjos da música orquestral.

Este trabalho, (o de compositor, arranjador, director artístico e musical), é um trabalho que me leva muito, mas mesmo muito tempo. E eu levo-o muito, mas muito a sério. Os meus colegas e amigos de grupo, merecem um trabalho extremamente profissional da minha parte, já que a excelência da sua execução instrumental assim me obriga. E para este trabalho, necessito de tempo para meditar e para escrever música! E foi para isto que estudei durante 20 anos, sim 20, nos diferentes conservatórios de música!

E depois deste tempo todo dedicado à Ad Septem Ars, cansei-me do amadorismo, da carolice, que algumas pessoas e instituições teimam em continuar a praticar e a difundir, de cartas e “e-mails” não respondidos, etc., etc., etc. Eu não estou para me "queimar", pois até tenho um certo reconhecimento como músico que quero e tenho que preservar.

Para além disto, todo o trabalho de professor, apesar de muito boa gente pensar o contrário, leva-me também muito tempo. É que as aulas e os trabalhos não se fazem sozinhos e as aulas não se dão sem preparação.

Um agradecimento muito especial a todos os que colaboraram comigo, quer como associados quer como assistentes nas várias actividades culturais que promovi.


Até qualquer dia.
Obrigado.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Homenagem

Vou participar numa homenagem à poetisa Glória de Sant'Anna. Aliás, foi uma proposta que fiz à Câmara Municipal de Ovar, faz já mais de um ano. Será no dia 3 de Julho de 2011, no Centro de Artes de Ovar.

O importante é que foi aceite a minha proposta. É importante para mim, mas creio que para toda a família, com quem mantenho uma relação de sã amizade ainda que à distancia e também, para a cidade de Ovar. Mas mais importante ainda, é divulgar e dar a conhecer esta mais que excelente obra desta grande senhora das nossas letras.

Os participantes somos eu, a minha mais recente criação a Cameratta Ibérica e mais alguns familiares da poetisa que dirão alguns poemas.

Do programa estritamente musical, vão constar obras minhas, quer em forma de arranjos quer em forma de canções originais com poemas de Glória de Sant'Anna.

Serve a homenagem também para apresentar a minha Cameratta Ibérica. Eu estou aqui como gosto de estar, como director artístico, musical e compositor residente. Não vou tocar. Fico fora de palco, onde só irei em caso de ser extremamente necessária a minha colaboração como director de orquestra.

O grande objectivo da Cameratta Ibérica é fazer música orquestral/sinfónica e música contemporânea, mas por cinco instrumentos: Clarinetes, Saxofones, Trompa, Piano. Estes, são tocados por cinco excelentes músicos, com uma grande e vasta experiência, tanto a solo como em música de câmara e orquestral.

Do programa vão constar alguns dos arranjos que fiz: Brandenburg Nº 2 e Suite Nº 3 em Ré Maior de J. S. Bach, a Obertura "Esclavos Felices" de J. C. Arriaga, Danças Romenas de Bela Bartok e 5 canções com música minha e poemas de Glória de Sant'Anna: É o Vento, Pescador, Asas, Mágoa e Mar.

Esta Cameratta, sim com dois "Tês", é formado por quatro músicos espanhóis e um português, não vivesse eu na raia e não tivesse estudado lá. São eles: Cecília Garcia - Saxofones, António Mateu - Saxofones, Alfonso Pineda - Clarinetes, Rubén Venegas - Trompa e Amadeu Oliveira - Piano.

Este quinteto pode ser extendido a sexteto, ou quinteto com voz, participando a minha grande amiga, a soprano Jacinta Almeida, que é o que vais acontecer no dia 3 de Julho.

Mas isto tudo só é possível, pela gentileza e generosidade da família da poetisa, especialmente à senhora D. Inez Andrade Paes, que serviu de interlocutora, permitindo-me musicar os poemas, o que agradeço profundamente.

Até à próxima.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

"Contentinhos" com o quê?

Deixo aqui este mais que excelene recado. Para quem? A quem servir! E pelos vistos a muito boa gente!

Obrigado Maestro!

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"Mantem-te positivo dentro e/ou fora do coro!” Esta tem sido a minha mensagem desde que dirijo coros, mas nos dias de hoje, tem sido cada vez com mais veemência que reitero este ensinamento.

Numa sociedade que passa a mensagem do facilitismo , que tudo está bem no final e vão todos contentinhos para casa. Parece o coro que ouvi ontem: desalinhados, desafinados, sem vida e objectivo e vão todos no final para casa a sentirem-se contentinhos por que serviram a comunidade. O que não sabem (será mesmo que são assim tão surdos?!) é que serviram a comunidade de uma grande dor de cabeça e instabilidade emocional. Que dor!...

Numa sociedade que promove o contentinho mas que vive e exige tão pouco. O problema não são os jovens e crianças de hoje, são a geração que os colocou cá. O problema não são as crianças “hoje não querem ir ao ensaio”, o problema está na geração que diz “ok!” a isto. O problema não estão nos jovens que parecem que não sabem falar sem ofender, o problema está na geração que olha impávida e passivamente. O problema não são os colegas de trabalho que se dão mal, mas a chefia que não intervem com autoridade em situações de injustiça. A solução está em estarmos atentos em todos os minutos e passarmos a mensagem que o “contentinho” é algo falso e que não perdura, mas a sensação do bem real, de uma música executada na perfeição é algo de sublime, mas não precisa de ser parte de outro mundo! Pode ser deste mundo!

Manter -mo-nos positivos é saber fazer uma autocrítica não para ficarmos todos contentinhos, mas saber onde falhámos ou podemos melhorar: uma determinada passagem, uma entrada em falso, uma pequena distracção, uma frase menos conseguida, a música toda mal. Poderão estar confusos se estou a falar do coro ou da sociedade...estou a falar de ambos ao mesmo tempo, ou não é um coro uma micro-sociedade? Ou o coro não reflecte a nossa sociedade? Ora vejamos exemplos. Há falta de homens nos coros (há mais mulheres no mundo), falta de crianças nos coros infantis(baixa natalidade), pessoas zangadas e ressentidas porque não são solistas ou chefes. Não percebem que se deve proteger a individualidade de cada um , mas que a estabilidade do coro/sociedade/ empresa/família/etc. está acima de quaisquer apetites de carreira?! Enfim...o mal fica para quem o pratica e remumina dentro de sí. Estão "contentinhos" com o quê? Com o vazio de sentido.

Por mim, pelos coros que dirijos, pela sociedade em que estou inserido continuarei o meu caminho pelo positivo, fugindo do “contentinho”, procurando estar atento ao meu redor, a cuidar dos que estão à minha volta, preocupado com os mais ausentes, exigente com todos mas sobretudo comigo próprio. Não atingirei nunca a perfeição mas continuarei no caminho à procura de ser cada vez mais, cada vez melhor. Podemos parecer que somos poucos, mas sei que não estou só!

os melhores cumprimentos

o maestro,Myguel Santos e Castro
www.voxlaci.com