sexta-feira, 17 de abril de 2009

A filosofia do romântico Wagner ou do “humanista” Schopenhauer?

Caro Zé Camões
Como músico, ainda que pareça mentira, nem um nem outro. Entre um e outro, fico-me com Wagner, se tiver que escolher um deles.
Musicalmente "falando", pelo menos para mim, é muito mais importante e fundamental na História da Música Ocidental, Wagner que Schopenhauer. Não gosto do caminho seguido por este último. Não vai comigo. Filosoficamente falando, neste caso escrevendo, Schopenhauer é o meu preferido. Também as épocas são outras, as que viveram estes dois ilustres compositores. Tenho muitas dificuldades em "entender", as partituras do senhor Schopenhauer, (apesar de as compreender e as ler). Já as do senhor Wagner, talvez por tê-las estudado com mais profundidade e atenção, são uma maravilha, apesar de eu não gostar de ópera. Mas gosto de Canto e de cantar. E de Polifonia e de Canto Gregoriano.
Reconheço, no entanto, que Schopenhauer é muito inovador, mas também muito do Show Business.
Eu, como compositor, estou noutro caminho mais parecido com Debussy e Ravel. Sou mais do tipo "Impressionista", se é que o posso afirmar desta maneira. Mas não sou impressionista. entre estes dois e JSBach, prefiro este último. Ah! E Joly Braga Santos!
Esclareci-te? Espero que sim.
Só para rematar, adoraria compôr uma ópera. Só estou à espera de um/a libretista.
Um abraço e obrigado por me seguires.

2 comentários:

  1. Caro professor.
    É interessante a sua visão como músico amador, amador quer dizer: cidadão comum, como pessoa singular que gosta de musica, igualmente interessante a sua visão como musico profissional.
    Eu gosto de musica, considerando a música como um elemento transfigurador da realidade, podendo usa-la como máquina do tempo, viajando assim ao passado e sentindo e cheirando cada época através da musica, absorvendo cada momento como se fosse em busca de um Uno Primordial.
    Muitas vezes considero a música como um elemento essencial daquilo que eu chamo de – xamanismo, um estado de levitação e êxtase que me absorve e me consola, a música como muitos filósofos a descreveram é um elemento metafísico que nos transporta no tempo, quebrando todas as barreiras.
    Compreendo que não goste do tipo de música de que eu vou falar, coisa que respeito, no entanto o estado de grandeza de um “With a litle help to my friends” do joe Coker em 69 no Woodstock, pode ter o mesmo efeito que uma “Carmina Burana”, isto é:
    O sentimento de liberdade que se proclamava em 69, com a igualdade e com a proclamação da paz e do respeito pelos direitos humanos, pode ser igualmente acessível a nós neste momento, como estarmos numa caravela em busca das índias ou do Brasil. Ligando o som e pondo a passar as faixas podemos recuar e estar em cada um desses momentos, basta escolhermos as músicas adequadas para o momento em que pretendemos recuar.
    Espero que a minha loucura artística, que a minha sede do impossível não me faça parecer louco aos seus olhos… ehehe.
    Cumprimentos.

    Nota: interessante este debate, não acha?

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  2. Caro Vasco,

    Sim Senhor, mais um belo registo da Ad Septem Ars. Gostei bastante deste espectáculo e dou-lhe os Parabéns por isso.

    Já agora que comentários faz aqueles que dizem que a Associação é um pouco elitista?

    Li a sua resposta ao Zé Camões e procurei alguma referência na Net para Schopenhauser e não encontrei nada relacionado com música. Desculpe a minha ignorância mas pode dar-me algum site onde possa saber mais?

    Um Abraço

    Jack The Ripper

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