segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

"Contentinhos" com o quê?

Deixo aqui este mais que excelene recado. Para quem? A quem servir! E pelos vistos a muito boa gente!

Obrigado Maestro!

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"Mantem-te positivo dentro e/ou fora do coro!” Esta tem sido a minha mensagem desde que dirijo coros, mas nos dias de hoje, tem sido cada vez com mais veemência que reitero este ensinamento.

Numa sociedade que passa a mensagem do facilitismo , que tudo está bem no final e vão todos contentinhos para casa. Parece o coro que ouvi ontem: desalinhados, desafinados, sem vida e objectivo e vão todos no final para casa a sentirem-se contentinhos por que serviram a comunidade. O que não sabem (será mesmo que são assim tão surdos?!) é que serviram a comunidade de uma grande dor de cabeça e instabilidade emocional. Que dor!...

Numa sociedade que promove o contentinho mas que vive e exige tão pouco. O problema não são os jovens e crianças de hoje, são a geração que os colocou cá. O problema não são as crianças “hoje não querem ir ao ensaio”, o problema está na geração que diz “ok!” a isto. O problema não estão nos jovens que parecem que não sabem falar sem ofender, o problema está na geração que olha impávida e passivamente. O problema não são os colegas de trabalho que se dão mal, mas a chefia que não intervem com autoridade em situações de injustiça. A solução está em estarmos atentos em todos os minutos e passarmos a mensagem que o “contentinho” é algo falso e que não perdura, mas a sensação do bem real, de uma música executada na perfeição é algo de sublime, mas não precisa de ser parte de outro mundo! Pode ser deste mundo!

Manter -mo-nos positivos é saber fazer uma autocrítica não para ficarmos todos contentinhos, mas saber onde falhámos ou podemos melhorar: uma determinada passagem, uma entrada em falso, uma pequena distracção, uma frase menos conseguida, a música toda mal. Poderão estar confusos se estou a falar do coro ou da sociedade...estou a falar de ambos ao mesmo tempo, ou não é um coro uma micro-sociedade? Ou o coro não reflecte a nossa sociedade? Ora vejamos exemplos. Há falta de homens nos coros (há mais mulheres no mundo), falta de crianças nos coros infantis(baixa natalidade), pessoas zangadas e ressentidas porque não são solistas ou chefes. Não percebem que se deve proteger a individualidade de cada um , mas que a estabilidade do coro/sociedade/ empresa/família/etc. está acima de quaisquer apetites de carreira?! Enfim...o mal fica para quem o pratica e remumina dentro de sí. Estão "contentinhos" com o quê? Com o vazio de sentido.

Por mim, pelos coros que dirijos, pela sociedade em que estou inserido continuarei o meu caminho pelo positivo, fugindo do “contentinho”, procurando estar atento ao meu redor, a cuidar dos que estão à minha volta, preocupado com os mais ausentes, exigente com todos mas sobretudo comigo próprio. Não atingirei nunca a perfeição mas continuarei no caminho à procura de ser cada vez mais, cada vez melhor. Podemos parecer que somos poucos, mas sei que não estou só!

os melhores cumprimentos

o maestro,Myguel Santos e Castro
www.voxlaci.com

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