sábado, 28 de novembro de 2009

Três apontamentos emocionados


1 - Ontem, dia 27 de Novembro, foi um dia grande para mim: ofereceram-me um livro de poesia com dedicatória e tudo!! Fiquei duplamente contente! Um, pelo livro ser da autoria de uma amigo, o Dr. Manuel Malheiro Dias, Ex-Cônsul-Geral de Portugal no Brasil, entre outros cargos que desempenhou. Um livro muito interessante, excepcionalmente muito bem escrito. Ainda não o li, mas já tinha lido algumas das poesias e memórias, pois também estão incluídas no livro, mas manuscritas, pois este meu ilustre amigo teve a gentileza de me oferecer todos os seus manuscritos e, em segundo lugar, fez-me a surpresa de editar no seu livro "Perplexidades, Preces e Memórias" a minha partitura sobre o seu poema "Alcance". Muito obrigado Dr. Malheiro Dias!




2 - Também ontem, recebi um artigo de opinião assinado por José Marmeleira, crítico de arte, saído no jornal "Público" de 23/11/09, elogiando o excelente trabalho (fotografia de cima - quadro a preto e branco) de um nosso conterrâneo, Luís Silveirinha. Parabéns Luís e continua!




3 - Deixei este para o fim por ser o que mais me custa escrever:




- Quarta-feira, 25 de Novembro de 2009
Recebi com lágrimas (reais), um espólio do qual não sou digno. Eu acho que não mereço tal atenção e deferência. Os pais do meu saudoso amigo e aluno Edgar Guerreiro, D. Benvinda e Senhor Guerreiro, ofereceram-me todo o seu material musical, livros, CD's, partituras, um espólio muito importante que guardarei e utilizarei com muito, mas mesmo muito carinho e saudade. Do fundo do coração, um grandíssimo MUITO OBRIGADO à D. BENVINDA E AO ESPOSO, SENHOR GUERREIRO!


domingo, 22 de novembro de 2009

Ensemble de Flautas de Bísel de Campo Maior

Ontem dei o 1º recital com a minha mais recente criação instrumental: o "ENSEMBLE DE FLAUTAS DE BÍSEL DE CAMPO MAIOR". Está formado com jovens, muito jovens mesmo, com idades entre os 10 e os 13 anos. Alguns são meus alunos , outros já foram, mas reina uma grande amizade enter mim e eles, neste caso são elas, pois todos os "músicos são músicas"! Enfim! É o normal nos tempos que correm! Os rapazes querem ser Ronaldos ... O importante é que aí está uma nova formação musical dedicada fundamentalmente à Música Renascentista e Barroca. Penso que é o mais lógico.
Foi muito mais difícil que dirigir uma orquestra de profissionais. Tem que se estar atento a tudo e a transmitir-lhes tudo, muitas vezes até as notas e os ritmos. É, no fundo, uma boa escola de direcção orquestral, porque não chega só transmitir a interpretação. É, pelo menos para mim, muito mais exigente para o maestro.
Estamos pois, inteiramente à vossa disposição. É só pedir. Basta contactarem-me.

Para aqueles que não acreditam na Ad Septem Ars, é mais um projecto desta novel associação cultural, em parceria com o Agrupamento de Escolas de Campo Maior e a Escola Secundária de Campo Maior.

Hoje, dia 22 de Novembro de 2009, dia de Santa Cecília - Padroeira dos Músicos e da Música, pelas 21h e 30m, vai a Ad Septem Ars oferecer mais um concerto à população de Campo Maior. São só 2 dos melhores acordeonistas portugueses e alentejanos!

domingo, 15 de novembro de 2009

Ad Septem Ars - Próximas Actividades

CONCERTO


Dedicado a Santa Cecília - Padroeira da Música


Ensemble de Flautas de Bísel

(1ª Audição Pública)

Sábado, 21 de Novembro de 2009


16.00 Horas


Auditório do Centro Cultural de Campo Maior

Direcção Musical:

Vasco M. N. Pereira


Programa



Dindirindin - Anónimo do séc. XVI

Minuet da “Petite Sonate “ - Wilton

Más vale trocar - Juan del Encina (1469 - 1530)

Pavanne “Belle qui tiens ma vie” - Thoinot Arbeau (1520 - 1595)

Lascia ch'io pianga - G. F. Haendel (16851759 )

Ani Kuni - Tradicional Índia Norte-Americana

The Sound of Silence - Paul Simon

Massachussetts - Barry, Maurice and Robin Gibb (Bee Gees)

3 Melodias Populares Portuguesas -Vasco M. N. Pereira (1956 - )

Papagaio Loiro - Eu fui ao Jardim Celeste - As Pombinhas da Cat'rina

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Flautas Soprano: Maria da Conceição, Joana Mourão, Catarina, Rita Duarte, Emília, Margarida Branca, Andreia Roque

Flautas Contralto: Ana Cristina, Rita Antunes, Inês, Marta, Margarida Bringela, Maria Joana, Ana Martins, Cláudia, Bárbara, Paula Roxana, Sara, Isabel

Flauta Tenor: Paula Carapeto, Margarida Murcela , Joana Martins

Flauta Transversal: Margarida Pereira

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Apoios:

Ad Septem Ars- Associação Cultural de Campo Maior


Agrupamento de Escolas de Campo Maior


Câmara Municipal de Campo Maior


Escola Secundária de Campo Maior

CONCERTO

Comemoração do Dia de Santa Cecília - Padroeira da Música

Duo de Acordeões

António e Duarte Graça

Domingo, 22 de Novembro de 2009

21.30 Horas

Auditório do Centro Cultural de Campo Maior

Organização: Ad Septem Ars Associação Cultural de Campo Maior

www.adseptemars.wwwpt.net adseptemars@gmail.com

Apoio: Câmara Municipal de Campo Maior

sábado, 17 de outubro de 2009

PALAVRAS PARA QUÊ? SÃO DOIS ARTISTAS PORTUGUESES!




Mesmo sendo tarde, vale sempre a pena deixar aqui as minhas impressões sobre dois fenómenos da Música Portuguesa.



Campo Maior, 5 de Outubro de 2009




Não é a todos os concertos, recitais ou apresentações públicas que me fazem sair do meu lugar e da minha casa em Campo Maior. Porquê? Porque sei antecipadamente que não acontecerá o factor surpresa e o factor inovação. E foi precisamente isto o que aconteceu ontem à noite dia quatro de Outubro, em Elvas, no Auditório S. Mateus: SURPRESA e INOVAÇÃO!


Muitas vezes pensa-se que fazer CULTURA é fazer concertos e mais concertos, exposições e sei lá que mais coisas, mas ... NÃO! Fazer CULTURA, (com maiúsculas!), não é encomendar uns concertezecos e já está! Não! Isso não é CULTURA! CULTURA tem a ver com ARTE e não com negócio! Não existe cultura sem arte. E arte tem a ver com a criação, mas também com a recriação! E recriar é tão, quiçás mais, difícil do que criar. Criar é fácil. Difícil é INOVAR! Desculpem-me este parêntesis.


E foi o que aconteceu ontem no VI Festival de Música de Câmara de Elvas: RECRIAÇÃO e INOVAÇÃO ou INOVAÇÃO e RECRIAÇÃO!


É difícil, embora possível, existirem neste nosso pequeno universo norte-alentejano, dois Artistas com “A” maiúsculo! Se calhar corro o risco de exagerar, mas não vislumbro outros a quem possa chamar de ARTISTAS, talvez artistas. Faço-me entender?


Voltando ao concerto, que posso eu escrever? Talvez ... Só me ocorre uma palavra: BRILHANTE! E apetecía-me estar a escrever esta palavra vezes sem conta.


Jacinta Almeida, nome artístico, é neste momento a melhor cantora lírica portuguesa! Ponto final parágrafo. E venha quem vier dizer o contrário, então, faça o que fez ontem esta grande senhora do “Bel Canto”: cantar música popular tradicional, ainda que harmonizada superiormente, música semi-erudita, música erudita contemporânea, Zarzuela e Árias de Ópera tudo no mesmo recital é, no mínimo, “OBRA”! Acho, sem medo de me enganar, que é daquelas raras cantoras que é capaz de se atraver a cantar Fado, música árabe ou outra raridade qualquer e bem. A sua versatilidade é tão invulgar como é refinada a sua técnica vocal e musical. Os seus pianíssimos, cada vez mais claros e seguros, os seus ritardandos e accelerandos, as suas suspensões com o tempo justo, a sua excelente dicção (coisa rara até em grandes cantores), sabendo tirar partido de toda a sua potência vocal, encantaram uma plateia muito bem composta. Parabéns, Jacinta Almeida!


Como não há cantora sem acompanhante, (e que acompanhante!), que posso eu escrever sobre o pianista? Excelente? Brilhante? Técnica fluída e segura, ciente do seu “métier”? Que para além de um grande pianista, um grande músico? Conhecedor profundo de toda a linguagem interpretativa musical? Sim, que isto de acompanhar um solista não é nada fácil! Há todo um trabalho anterior e escondido, de estudo das obras quer a nível de técnica pianística como de técnica interpretativa que se tem que realizar. É necessário ler muito, não só música, mas também História da Música. Não basta sentar-se ao piano e tocar. Há todo um trabalho de investigação que se tem que fazer.


Sem medo de me repetir, tenho a certeza absoluta de que o Amadeu é um dos melhores pianistas (acompanhantes ou solistas) que já ouvi e vi. Porque não se limita a acompanhar, mas sim a ajudar e a complementar a solista. Apesar de todo o seu virtuosismo, sabe recatar-se quando a música a isso o obriga. E isto não é para todos os pianistas nacionais ou internacionais. Fiquei deslumbrado e maravilhado com a forma de tocar Mozart. Já há muito que não ouvia um Mozart tão bem tocado. Como o nosso querido e saudoso amigo Estebán Sanchez estaria feliz! Parabéns, Amadeu Oliveira!


Este Recital teve o privilégio de contar com a presença e colaboração do excelentíssimo senhor professor doutor José Pedrosa Cardoso. Sim! Ainda que impere uma grande amizade entre os músicos e o professor, é sempre um grande privilégio e uma grande honra poder ouvir os seus excelentes comentários. Parece-me que ficámos todos um pouco mais ricos e, (porque não?), mais cultos. Obrigado Professor!


Só três reparos.


A sala tem uma acústica demasiado seca, o que dificultou e dificulta o trabalho dos músicos. Com uns pequenos arranjos acústicos é possível transformar para melhor a acústica deste bonito auditório.


O segundo reparo vai para o técnico das luzes. Quando há intervalo acenda as luzes da plateia, quanto mais não seja para as pessoas poderem cumprimentar-se. Isto acontece por falta de um director de palco.


Quanto à falta de juventude ... É o normal! Lá virão algum dia!


Termino, felicitando a cidade de Elvas por esta brilhante organização.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Aula de Música 1












Aula de Música











Vou iniciar uma abordagem aos conceitos musicais, tentando explicar toda a “mecânica” musical numa linguagem, espero eu, simples e clara.


I – O que é a Música?


A Música não são só sons e ritmos que nos fazem sonhar, dançar, cantar e, por vezes, até chorar. A Música é muito mais que isso. Tão pouco será aquela definição que se dá aos jovens alunos: “Música é a arte de exprimir sentimentos ou emoções”. E quando não exprime nada disto, o que será?

A Música é essencialmente movimento. O movimento gera tempo. E para haver tempo tem que existir acentuações. E as acentuações nascem das palavras, sem as quais não há movimento.
E do “movimento acentuado”, (a chamada “intonatio” - entoação), das palavras nasceu a MÚSICA. Assim, Música é um conjunto de acentuações sucessivas fortes e fracas. (1ª definição)
E não é outra coisa qualquer. Por mais voltas que lhe queiram dar, toda a música se resume ao alçar (levantar) e ao dar – ARSIS e THESIS. É como o andar. Ninguém é capaz de andar com os dois pés colados ao chão, pois não? Para se andar, é necessário que um pé se levante e, depois o outro, etc.
Toda a gente sabe que na linguagem verbal, aquela que utilizamos para nos comunicarmos uns com os outros, as palavras têm acentos. E estes são três: agudo (´), grave (`) e circunflexo (^).
E não há mais. Sei que há gente por aí que pensa que o til (~) é um acento. Nada de mais errado! Minhas senhoras e meus senhores: este símbolo é uma nasalação, que tem a ver com a pronúnciação e não com a acentuação. E se repararem bem, (e já agora se se decidirem por estudar um pouco de latim), verão que o símbolo tem a forma de um (N).

Voltando às acentuações.

Por isso é que a música NEUMÁTICA era representada por traços ou linhas, mais ou menos parecidas com as que estão ao lado ou nas imagens iniciais.


Representavam-se os sons desta maneira, dando aso a que cada um as interpretasse como entendesse e soubesse. Só muito mais tarde, lá para o século IX é que a escrita musical começou a tomar forma. Posteriormente, e já com o Canto Gregoriano em força, estabeleceu-se a escrita “quadrada”.
Se reparem bem, os três acentos ortográficos actuais lá continuam, ou já lá estavam antes de se lhes chamar assim.
Ainda hoje mantemos na nossa linguagem verbal e musical esta nomenclatura. Vejamos:
  • Acento Agudo – sons altos ou agudos

  • Acento Grave – sons baixos ou graves
  • Acento circunflexo – nem sons graves nem agudos, chamemos-lhes intermédios, sem uma acentuação definida.

Não é assim ainda hoje? Não acentuamos ou marcamos mais as palavras agudas e menos as graves? Em música é precisamente a mesma coisa.

Corro o risco de estar a ser demasiado simplista, mas se lêssemos um texto com a devida e rigorosa entoação das acentuações, sair-nos-ia uma lenga-lenga engraçada. Experimentem, então!

Resumindo: Música é uma sucessão de acentuações fortes (dar) e fracas (alçar).

Para evitar males maiores: as imagens são tiradas da internet, apesar de eu as ter nos livros. É mais fácil pô-las aqui, copiando da "net".

domingo, 30 de agosto de 2009

Respondendo ao Zé Camões

Já era hora, caro amigo, mas acho que tenho desculpa. Ou não?
O que é que eu posso dizer-te?
Um - Não concordo contigo! A ARTE deve fazer tudo menos entreter. Deve obrigar-nos a pensar, quer sejamos actores activos ou passivos. No caso daqueles, os actores activos como é o meu caso, temos o dever e a obrigação de inovar, surpreender os actores passivos levando-os a "viajar" pela criação que se pretende sempre nova, mesmo utilizando "materiais antigos". Não vejo, melhor, não oiço na indústria musical quaisquer indícios de inovação, ou mesmo uma nova forma de recriar. Hoje, independentes ou não, (ainda que eu não perceba a diferença entre uns e outros), soa-me tudo tão igual, com as mesmas estruturas musicais, melodias semelhantes, harmonias paupérrimas, que não merecem a minha audição sequer. E até podem soar muito bem e serem bonitas, mas ... Eu procuro a "BELEZA" das "coisas".
A ARTE. independentemente de eu gostar ou não, tem que chamar a atenção, despertar os sentidos para uma nova forma de ver a realidade, mas não desvirtuando-a ou desfocando-a, antes complementando e melhorando a nossa parca visibilidade da realidade.
Dois - Os meus conceitos de ARTE são muito distintos dos teus. Por vários motivos: idade, experiências de vida pessoal e profissional. Mas aceito sem qualquer prejuízo ou preconceito, os teus conceitos de ARTE, devido à tua experiência de vida e à tua idade. E estes são factores determinantes para termos uma visão completamente diferente de ARTE.
Um abraço.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Entre a Cultura e o Património

Caro amigo Zé Camões

Peço desculpa por não te ter respondido, mas ando numa azáfama de salvaguarda de património artístico musical do nosso querido Alentejo.
Propus-me fazer uma suite unicamente com temas alentejanos para os seguintes artistas: soprano, mezzo-soprano, piano, coro misto, coro masculino alentejano, 1 flauta. 1 oboé, 1 clarinete, 1 saxofone alto, 1 trompa, percussão, timbales, 2 violinos, 1 viola de arco, 1 violoncelo e 1 contrabaixo. É obra! E quero aproveitar agora que tenho tempo. Entendes?
mas uma vez que cá vens, podemos sempre conversar e beber um café, se tiveres de acordo.
quanto às questões que me levantaste, responderte-ei brevemente. Ando a meditar nelas. Já agora, estou a ler um livro muito interessante - Porque É a Música Clássica ainda Importante? - de Lawrence Kramer. da editorial Bizâncio.
Um abraço.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Cultura e Património VII

Pois é, meu caro amigo Zé Camões! Mas sinto-me muito desanimado. Em privado posso explicar-te.

Como posso eu explicar-te isto da ARTE? Sei que me vais entender, mas eu acho que não sei explicar assim tão simplesmente isto da arte e da cultura.

O facto de eu só entender a música como arte ... Bem vamos lá passo a passo.

A Arte, quanto a mim, tem de ser contemplativa, especulativa, descomprometida, inovadora, pensadora, contrariadora, diria que irritante e irritadora, sonhadora, sempre na vanguarda e na rectaguarda, cosmopolita mas campestre e, entre outras coisas mais, criadora.

Foi assim com o Canto Gregoriano, com a Polifonia de XV a XVII e seus mestres de capela como Palestrina, com os Trovadores, com Haendel, J. S. Bach, Mozart, Beethoven, Schonberg ... e Joly Braga Santos esse nosso brilhante géniozinho. Também podíamos ir pela pintura, literatura e pelo cinema, desembocando naturalmente no nosso Manoel de Oliveira, construir um sem fim de exemplos.

O que não deve ser jamais é diversão, ainda que nos divertamos com ela. Isso é desvirtuar a ARTE.

A ARTE tem virtudes que se têm que preservar, se não "matamo-la".

Para responder à tua questão, sempre muito acutilante e interessante, a Arte vive da fantasia, pois sem esta não há ARTE, mas condimenta a realidade, creio eu.

Respondi às tuas questões?

Até à próxima.

domingo, 2 de agosto de 2009

Cultura e Património VI

Pergunta - Mas o que é isto de Cultura e Património? O que é que este "indivíduo" quer vender? - Pensarão alguns.
Resposta - Vender, nada!
O que eu defendo, defende qualquer profissional das artes em geral e da música em particular. E mais ainda se são do Jazz ou da Música chamada de Clássica: Concertos, Escolas e mais Concertos e mais Escolas e mais Concertos... Enfim! Só com bons ouvintes se fazem bons músicos, "n' é"?
Resumindo: ARTE!
Daquilo que eu defendo aqui, (e sempre defenderei), é ARTE! Assim com todas as letras e em maiúsculas.
Não defendo, tão pouco gosto, de música mesmo clássica mas com o único intuito de divertir, para passar o tempo, etc. NÃO! Não é disso que se trata! É outra coisa totalmente diferente.
Isto "vem a lume" por um vídeo que me enviaram de uma orquestra que não sei o nome. Os "artistas" até tocam, mas é só puro entretenimento. Lá que estavam todos muito afinadinhos e certinhos estavam, mas ... Falta o resto que é o mais importante.
Por isso é que eu deixei aqueles dois anúncios de concertos! Aquilo é ARTE! Assim se faz ARTE em Portugal!
Só mais um apontamento.
Eu, raramente oiço música para me entreter. Não sei escutar. Distraio-me com frequência! Aquilo não me diz rigorosamente nada. Só oiço música com o intuito de aprender, de me informar, para me tornar melhor músico e compositor.
Falando em compositor, estou às voltas com um coral, com um quinteto de sopro com temas populares/tradicionais portugueses, um concerto de piano, algumas pecinhas para o meu Ensemble de Flautas de bísel, um projecto sobre temas populares-tradicionais baixo-alentejanos em que misturo corais do Baixo Alentejo com piano e canto e talvez mais algum agrupamento instrumental. Se este pegar ... Vai-me dar cá uma "trabalhera"!!!!! Mas é extremamente fascinante! Só o farei se conseguir patrocínios para isso, se não é impossível.
Já agora, informo que fiz um outro blogue. Este é só para me auto-promocionar: http://www.vascomnpereira-compositor.blogspot.com/
Estou pensando em deixar este blogue. Não por falta de interesse, mas porque alguém ficou muito ofendido, zangado comigo, (sei lá), por eu ter escrito sobre incompetência. Pensou ou pensaram, porque foi mais de uma pessoa, que eu estava a criticar o elenco camarário cá do burgo ... Se alguém enfiou a carapuça a culpa não é minha. Só me limitei a constatar alguns factos e ideias que se têm passado comigo noutras câmaras deste distrito e com outras instituições públicas. Como exemplo, há instituições que nunca me responderam nem a cartas nem a "e-mails". Se são mal-formados, para mim isso é ser incompetente, isto é, não tem capacidade/competência para estar no cargo que desempenha. É que eu tenho um grande projecto para o distrito de Portalegre e, de quando em vez, lá consigo uma reunião com vereadores e presidentes de câmara ... Para coisa nenhuma. Pode ser que apareça algum iluminado. Quem sabe?
Vou ficar a meditar se vou continuar com este meu blogue ou não.
Como diz o meu amigo italiano, "Ciao"!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cultura e Património V

Transmissão de Concerto na Antena 2

(broadcast by Portuguese National Radio, Jully 30th, 9:00 PM)

30 de Julho pelas 21h00

Recital de Canto e Piano - Canção Inglesa/ Canção Portuguesa

Sandra Medeiros, soprano

Francisco Sassetti, piano

*(Concerto realizado no dia 22 de Novembro de 2008 no Convento dos Remédios, em Évora)

Programa

Henry Purcell (1659-1695)

Music for a while

Sir Hubert Parry (1848-1918)

My heart is like a singing bird

Michael Head (1900-1976)

A black bird singing

Ivor Gurney (1890-1937)

Desire in Spring

Dominick Argento (1927-)

Six Elizabethan songs - Sleep

Benjamin Britten (1913-1976)

Let the florid music praise

The Salley Gardens - (Melodia Tradicional Irlandesa)

Alexandre Rey Colaço (sec. XIX)

Um fado de Coimbra

Eurico Thomaz de Lima (1908-1989)

Balada dos Olhos verdes (1937)

António Thomaz de Lima

A vendedeira de broas de milho

A guitarra

Canção perdida

Os figos pretos

Trovas Portuguesas

quarta-feira, 22 de julho de 2009

CULTURA E PATRIMÓNIO IV

Cá estou eu outra vez! Como tinha prometido, cá volto com este "assunto chato" da CULTURA E DO PATRIMÓNIO".

Hoje deixo aqui dois anúncios do pouco que se vai fazendo em Portugal por PORTUGUESES!

Tão pouco tecer algum comentário sobre o que exponho. Bem! Talvez um ... Palavras para quê? Para bom entendedor meia palavra basta!

É desta cultura e deste património que é nosso, pois estão aí alguns dos nossos grandes compositores da nossa história e, ainda por cima, ALENTEJANOS!!!!!!!!






FESTIVAL DE MÚSICA DA COSTA DO ESTORIL www.estorilfestival.net


Quinta-feira, 23 de Julho, 21h30


Igreja dos Salesianos Estoril


Ensemble D. João V



Sandra Medeiros soprano


Tera Mary Shimizu Violino I


Margareta Sandros Violino II


Paul Wakabayashi Viola


Paulo Gaio Lima Violoncelo


Duncan Fox Violone


Cândida Matos Cravo




250º Aniversário da morte de Haendel




Haendel, Water Music-Suite n. 3 in G Major, HWV 350 (1717)



Teixeira, Motete Per ogni tempo



Sousa Carvalho, Tibi omnes angeli (Te Deum – 1769)



Avondano , Sonata nº4 em Fa M



Vivaldi, Motete In Furore a canto solo con stromenti



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http://www.quartetoarabesco.com / quarteto.arabesco@gmail.com tel: 914 024 084

PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA 22H00, SÁBADO 25 JULHO 2009

NOS 200 ANOS DA

GUERRA PENINSULAR

Duzentos anos após a aventura napoleónica na Península Ibérica, o Ensemble Arabesco - Orquestra Barroca propõe um olhar musical sobre esta época conturbada e de charneira da História portuguesa e europeia. Fruto de uma pesquisa histórico-musical, o concerto apresenta-se como uma narrativa musical em torno de acontecimentos chave das Invasões Francesas, numa interpretação histórica em instrumentos da época.



Rufo de timbales

Improvisação

A Batalha do Bussaco (1810)

A.J. do Rego (1765-1844)

Retirada do Marechal Massena (1810)

J. Ferro (1775-1830), orq. de Manuel Durão (n. 1987)

Batalha do Vimeiro (1809)

J. Bachicha (1790-1810)

Cantata Hino Lusitano (1811)

J.D. Bomtempo (1775-1842)

Marcha de retirada (1810)

J.J. Baldi (1770-1816)

Abertura Penelope (1782)

J.S. Carvalho (1745-1799)

Cantata em Louvor de Lord Wellington (1810)

M. Portugal (1762-1830)

Cantata A Paz da Europa (1815)

J.D. Bomtempo (1775-1842), orq. de Duncan Fox (n. 1970)

Hymno Patriótico (1810)

M. Portugal (1762-1830), orq. de Rogério Medeiros (n. 1979)



ENSEMBLE ARABESCO - ORQUESTRA BARROCA

Sandra Medeiros

soprano
Sara Amorim contralto João Cipriano Martins tenor Armando Possante baixo Denys Stetsenko, Álvaro Pinto, Miriam Macaia, Raquel Cravino, Nuno Mendes, Luís Santos violinos Lúcio Studer, Joseph MacRae violetas Marco Testori, Ana Raquel Pinheiro violoncelos Marta Vicente contrabaixo Olavo Barros, Marta Gonçalves flautas Luís Marques, Jorge Cardoso oboés Carolino Carreira fagote Paulo Guerreiro, Tracy Nabais trompas António Quítalo trompete Marta Araújo cravo Pedro Carneiro timbales Marcos Magalhães cravo e direcção Lúcio Studer

investigação e concepção

S I N O P S E

Este concerto apresenta-se como um percurso musical que acompanha por perto os principais acontecimentos históricos em torno das Invasões Francesas, em especial a terceira comandada pelo marechal Massena e suas tropas francesas contra o exercito anglo-luso comandado por Lord Wellington. Por alguns denominada a guerra da espada e da pena, são inúmeros os relatos de militares britânicos assim como versos divulgadores das façanhas e heroísmo anglo-luso, com especial destaque para Lord Wellington, que inspiraram os mais proeminentes compositores portugueses. [Notas de programa]

Após um
Rufo de timbales, que enfatiza o espírito marcial de muita da música da época, a Batalha do Bussaco, de António José do Rego, relata com aguçado detalhe uma das mais famosas batalhas travadas entre as forças anglo-lusas, comandadas por Lord Wellington, e as francesas, comandadas pelo marechal Massena, a 27 de Setembro de 1810. Composta poucas semanas após a batalha, inclui ao longo da partitura o relato de Lord Wellington publicado na Gazeta de Lisboa.

Após esta batalha, Massena dirige as suas tropas para tentar conquistar Lisboa. É no entanto travado nas Linhas de Torres Vedras, terminando por se retirar definitivamente a 15 de Novembro de 1810. A composição
Retirada do Marechal Massena
de João Ferro, publicada no mesmo ano de 1810 e dedicada a Wellington, descreve musicalmente a ordem de Massena de retirada do exército, infantaria e cavalaria francesas, seguindo-se pela ordem de Lord Wellington de seguir o inimigo, até à vitória final com a expulsão de Portugal.

Outra peça militar que apresenta a mesma forma das duas anteriores a
A Batalha do Vimeiro
a batalha mais importante da Primeira Invasão, travada em 1808 contra Junot. Inclui também descrições de cenas da batalha. Desta peça é apresentado um cântico patriótico de gratidão aos ingleses.

Como uma das peças centrais deste concerto apresenta-se a cantata
Hino Lusitano
de Domingos Bomtempo, obra fortemente influenciada pela euforia que se instalara após a vitória luso-britânica. Tem especial destaque a Marcha de Lord Wellington.

A
Marcha da retirada de Baldi é também alusiva à retirada final de Massena.

Como exemplo da música que se ouvia nas salas de concerto nesta altura, apresenta-se a
Abertura Penélope de Sousa Carvalho. Trata-se da figura mais relevante da música portuguesa da segunda metade do séc. XVIII, com grande influência no legado futuro, tendo sido professor de Marcos Portugal, Domingos Bomtempo, João José Baldi, e António José do Rego, presentes no p
rograma deste concerto.

A
Cantata em Louvor de Lord Wellington, de Marcos Portugal, enaltece os feitos deste herói, detentor dos títulos de Marquês de Torres Vedras e Conde de Vimeiro, entre outros.

Em 1815, ano da derradeira vitória de Wellington sobre Napoleão em Waterloo, Bomtempo compôs a cantata A Paz da Europa, que se apresenta exaltando a paz a que finalmente se chegou em toda a Europa.

O concerto termina com o Hymno Patriótico da Nação Portugueza, de Marcos Portugal, composto em 1810 e adoptado como Hino oficial de Portugal até finais do século XIX.