Pois é, meu caro amigo Zé Camões! Mas sinto-me muito desanimado. Em privado posso explicar-te.
Como posso eu explicar-te isto da ARTE? Sei que me vais entender, mas eu acho que não sei explicar assim tão simplesmente isto da arte e da cultura.
O facto de eu só entender a música como arte ... Bem vamos lá passo a passo.
A Arte, quanto a mim, tem de ser contemplativa, especulativa, descomprometida, inovadora, pensadora, contrariadora, diria que irritante e irritadora, sonhadora, sempre na vanguarda e na rectaguarda, cosmopolita mas campestre e, entre outras coisas mais, criadora.
Foi assim com o Canto Gregoriano, com a Polifonia de XV a XVII e seus mestres de capela como Palestrina, com os Trovadores, com Haendel, J. S. Bach, Mozart, Beethoven, Schonberg ... e Joly Braga Santos esse nosso brilhante géniozinho. Também podíamos ir pela pintura, literatura e pelo cinema, desembocando naturalmente no nosso Manoel de Oliveira, construir um sem fim de exemplos.
O que não deve ser jamais é diversão, ainda que nos divertamos com ela. Isso é desvirtuar a ARTE.
A ARTE tem virtudes que se têm que preservar, se não "matamo-la".
Para responder à tua questão, sempre muito acutilante e interessante, a Arte vive da fantasia, pois sem esta não há ARTE, mas condimenta a realidade, creio eu.
Respondi às tuas questões?
Até à próxima.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
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Professor.
ResponderEliminarCompreendo que veja a arte bem ao seu jeito, tem todo o direito de faze-lo, aliás a minha concepção é essa mesma, cada um serve-se da arte para o seu propósito e melhor ainda cada um serve a arte no seu propósito.
Compreendo que não goste pois os seus gostos sei que são outros, não obstante tenho andado a seguir de perto algumas bandas de música independentes, isto é sem ficarem sujeitas a grandes empresas discográficas, o resultado é simples, o som é mais puro, é o som dos seus autores, a composição original e sem ter o objectivo de atrair as massas, assim é mais fácil cada um de nós encaixar naquele ou naqueles grupos que mais servem os nossos interesses, é como se essa criação fosse nossa.
No mundo de hoje eu prevejo a queda das grandes discográficas e o fim dos ídolos de massas inalcançáveis, passaremos a ter os verdadeiros artistas, os astros brilharão mais perto do seu público e os espectáculos artísticos soarão melhor.
O que acha como compositor e como músico desta minha visão apocalíptica mas ressuscitadora da arte? Vejamos esta analogia com uma passagem do poema Mors Liberatrix de Antero de Quental:
«Se esta espada que empunho é coruscante,
(Responde o negro cavaleiro-andante)
É porque esta é a espada da Verdade.
Firo, mas salvo... Prostro e desbarato,
Mas consólo... Subverto, mas resgato...
E, sendo a Morte, sou a Liberdade.»
Seria engraçado teorizar sobre esta temática.
Um abraço.
Imagino que está de férias...Este fim-de-semana vou ai ver a terrinha,se tiver algum programa cultural interessante disponha/convide este seu amigo.
ResponderEliminarCumprimentos.