sábado, 13 de fevereiro de 2010

História Real dos Músicos de Verdade IV

Caríssimo amigo João Paulo
Pois é! Eu também só quero "deitar lenha para a fogueira"! É salutar a troca de ideias e é esse o meu objectivo. Se estou certo ou errado, é secundário. O que importa aqui, e refito-me ao artigo que transcrevi e que concordo plenamente com ele, tem a ver com aqueles que só pensam no dinheiro que vão ganhar com o concerto ou com a venda dos Cd's.
Voltando ao meu currículum.
Eu próprio andei pelo Rock, pelos Blues, pelo Jazz, pelo Fado, etc., (e este "etc." é muito vasto), toquei de ouvido, "tirei músicas pelos velhinhos gira-discos, portanto nunca poderei ser anti qualquer coisa musical, "tá"? Se tivesse que tocar ou dirigir música comercial, desde que eu goste, não tenho quaisquer problemas. Da mesma maneira que não tenho qualquer problema em usar música tradicional portuguesa na minha música!
Mas eu não sou o problema. O problema é que a MÚSICA tem de transmitir, tocar e ser "trabalhada" tal e qual como um livro, um quadro ou uma escultura! Quantas melodias lindíssimas existem e que de tão mal executadas e harmonizadas que estão, são para deitar fora? Nem imaginas! E algumas até vendem milhões!
A música não é só a que ouvimos na rádio ou na televisão! Não existe música só para discoteca ou para acompanhar uma letra. Há outras músicas que só as conseguimos ouvir depois de as estudarmos e entendermos o seu código escrito, ou não tendo conhecimento desse código escrito, ouvi-la todas as vezes necessárias até a entender. A música para mim, tem de ser escutada e entendida, compreendida. Por isso, pela falta de entendimento da música, a música chamada clássica é tão difícil de ser compreendida.
Houve aí um, vou chamar-lhe "idiota" porque foi ofensivo para mim, que pensa que eu componho para vender ou outra coisa qualquer. Eu só faço música para me divertir, para tentar inovar, tentar fazer história e para ser tocada ao vivo, pois cada apresentação terá que ter uma interpretação distinta da anterior! Isso das vendas dos Cd's passa-me ao lado.
Não estou de acordo contigo quanto à falta de dom para se ser técnico de informática. Eu jamais o conseguiria ser!
Agardeço-te as tuas felicitações, mas é só um mero curriculum, que fui mais ou menos "obrigado" a fazer, embora com muito esforço, trabalhoe dedicação.
Felicito-te pelo teu empenho em adquirires um novo grau académico. Força ENGENHEIRO, que não é nada fácil estudar e trabalhar!
Um abraço.

2 comentários:

  1. Prof. Vasco Pereira,

    Tenho assistido, silencioso, a este debate sobre mestres e entertainers, sobre boa e má música. Resolvi escrever para, se me o permitir, expressar a minha opinião.

    Acho que o Professor tem uma tarefa árdua, é um cristão em terra profana defendendo a sua arte daqueles que não percorrendo grande caminho a profanam e a prostituem.

    No entanto, nesta sua defesa, arrasta muitos mestres que não tendo formação deram à música uma dimensão que nem 1000 anos de estudo, de conservatório e de piano conseguem alcançar.

    Serão Duke Ellington, Miles Davids meros entertainers?

    Vi um programa do seu espectáculo da Ensemble de Flautas, havia uma música, solvo erro do Paul Simon e do Art Garfunkel? São meros entertainers por encherem estádios, por cobrarem milhões pelas suas actuações? E se a sua música for interpretada pela sua Ensemble de Flautas já é arte?

    Nos comentários que recebeu vejo alguma atitude conciliadora no Jack The Ripper, avisando-o este para não radicalizar posições quando se preside uma Associação Cultural. O João Paulo Saragoça também lhe apresenta a sua opinião contrapondo algumas das suas ideias. Acho que os devia ouvir e reflectir.

    Já reparou que pelo seu ponto de vista o João Paulo Saragoça também é um entertainer da Informática visto não ter formação?

    Não posso deixar de lhe dizer, que me parece perceber nas suas palavras alguma frustração pois o seu tipo de música nunca terá grandes audiências nem venderá muitos CD's.

    E antes que me diga que não faz música comercial, porque termina o seu post sobre um grupo de música de câmara dizendo: "Se nos quiserem contratar contactem-me" ?

    Este contratar não é em troco do vil metal?

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  2. Só um aparte: por acaso até tenho formação, só que tive o azar de Portugal ainda não pertencer à União Europeia quando conclui o curso na Bégica.

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