segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Notas ao “Concerto de Reis”

Notas ao “Concerto de Reis”

Por
Vasco M. N. Pereira
Compositor e Director de Orquestra


Domingo, 4 de Janeiro de 2009
Elvas, melhor, Campo Maior – já que estou a escrever de Campo Maior
Como escrevi uma vez, lá aparecem actividades interessantes que me levam a deslocar-me a Elvas.
Lá fui a Elvas, ao Santuário do Senhor Jesus da Piedade e com expectativa elevada, a assistir a um recital vocal e instrumental. Era um “Concerto de Reis” e valeu a pena percorrer os 40 km que distanciam Campo Maior - Elvas – Campo Maior.
Valeu a pena por dois motivos: um, pela qualidade dos actuantes e o outro, por saber de antemão que o único interesse é fazer ARTE e CULTURA. Sim, com maiúsculas!
Está de parabéns Elvas e, em particular, a Confraria do Senhor Jesus da Piedade por esta brilhante iniciativa organizada pela Academia Papagueno. Parabéns também à Academia!
Intervenientes seis, ainda que um tenha vários membros, o Coral Públia Hortênsia de Elvas, claro. Os outros foram as sopranos Jacinta Almeida e Manuela Godinho, o tenor Guillermo Segóvia e o trompetista Mário Ribeiro, acompanhados pelo pianista Amadeu Oliveira.
Quanto ao Coral Públia Hortênsia, dirigidos com maestria pelo professor e maestro Octávio Martins, os meus parabéns. Esta é a segunda vez que os oiço e em cada audição noto melhorias. Estão mais homogéneos, em suma, é mais coro. Continuem a trabalhar.
A soprano Manuela Godinho, expressiva e comedida nos gestos, apesar de algum nervosismo inicial, (isto de abrir um concerto tem que se lhe diga!), acalmou e encantou todos os presentes. Com um timbre muito suave e bonito, nota-se que há trabalho de casa bem feito.
O tenor Guillermo Segóvia, foi uma boa surpresa. Exuberante nos gestos, tem um bom domínio do público e do palco. Boa voz, com timbre suave e agradável, puxou pelo público fazendo-o vibrar.
O Mário Ribeiro confirmou o que eu sabia e conhecia dele. É um excelente trompetista, com ritmo e afinação, tem um bom domínio e conhecimento do seu instrumento, a trompete.
A Jacinta Almeida é daquelas cantoras que não sabe cantar mal. Resumo a sua actuação em duas palavras: simplesmente BRILHANTE!
Deixei para o fim o suporte e a base deste recital de Reis, o pianista Amadeu Oliveira. Antigo aluno do grande e genial pianista espanhol Esteban Sanchez, segue as pisadas do seu mestre, com o seu bem-fazer, leia-se tocar, o seu ofício: PIANISTA!
Para terminar, os meus mais sinceros parabéns agradecimentos a todos os músicos e cantores e, em especial à Academia Papagueno pela brilhante iniciativa e pelo bom momento passado.

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