terça-feira, 21 de abril de 2009

E VIVA A TERTÚLIA!

Caros co-tertulianos
Já uma vez aqui escrevi que não sou nem nunca serei político. Sempre estarei, pelo menos tentarei, estar sempre equidistante de todos os políticos. Ainda que entre estes últimos tenha alguns amigos (poucos = 3).
Não sou capaz de entender a música dessa maneira, meu caro amigo Zé Camões! Para mim não há música para as distintas "classes sociais", por um único motivo: por não reconhecer, do meu ponto de vista musical, as diferentes classes sociais. No entanto, reconheço como cidadão do mundo, que há classes sociais económicas. O que há, e isso está comprovado, é habituação/educação a um determinado estilo musical. E tem mais a ver com o interesse que cada um tem em descobrir o que está mais além do nosso "nariz". Os gostos cultivam-se, moldam-se com uma rapidez impressionante. Basta entender o que se ouve. Hoje é tudo muito mais rápido pela influência dos "media".
Uma confissão: todos os "clássicos", eu incluído, sempre gostámos de música popular tradicional, porque a verdadeira música é aquela que vem do povo anónimo. Nós músicos-compositores só lhe damos uma forma mais apurada e definida. Mas uma coisa é certa: cada um tem um gosto mais ou menos pré-definido pelo meio onde reside e com quem vive, sempre possível de ser moldado.
Os meus pais, hoje só o meu pai, gostavam de folclore, de fados e guitarradas e eu, só muito tempo depois de estudar música me apercebi da beleza do nosso folclore, tão difícil de superar. Neste rectângulozinho à beira mar plantado temos uma diversidade de música folclórica tradicional muito difícil de igualar, mesmo em países muito maiores que o nosso. Por isso, nada de menosprezar o nosso folclore! Quanto ao fado, " a música" é outra. Tornou-se tão comercial, que perdeu aquela qualidade fundamental, pelo menos para mim, a IMPROVISAÇÃO das letras e da própria música.
Se conhecesses as pessoas que se dedicam à música clássica e ao Jazz, não falarias de classes, quase de certeza, pois entre nós músicos há os bons e os maus músicos. E só isso! O resto é para jornalista e político.
Entendes-me?
Um abraço, caro amigo Zé Camões.
Caro amigo João Paulo
Quanto aos Emerson, Lake and Palmer não os recordo especialmente, quero dizer que não me lembro de nada do que tocaram. Sei que muita da música que tocavam eram excertos de obras clássicas de Mozart, Bach, Beethoven etc., etc., tocadas por um teclista, baixo eléctrico e bateria. Sei que o faziam muito bem, pelo menos fiquei com essa ideia.
Assim, caro amigo, não estou de acordo contigo com essa da influência dos ditos "ELP". As minhas influências vêem por outro lado, canto gregoriano, JSBach, Haendel, agora Mozart (estou redescobrindo-o), o jazz, o nosso folclore tradicional e pouco mais e, fundamentalmente a POESIA. Mas fico muito contente e feliz por saber que uma música minha te fez recordar passagens da tua juventude que eu também vivi. Obrigado!
Quanto à minha "Dança do Vento", vai ser estreada em Leiria no próximo dia 2 de Maio, no festival dedicado a Afonso Lopes Vieira.
Um abraço.

2 comentários:

  1. Que pena não te lembrares dos ELP.
    Aqui vai uma jóia que encontrei no youtube:

    http://www.youtube.com/watch?v=_Y1x04hAUT4

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  2. Caro Vasco
    A cultura não é só música. As atitudes culturais tem uma amplitude muito maior. Como, por exemplo, o respeito pela Natureza. Como é possível que os professores da EB 2 de S. João Baptista tenham assitido impávidos e serenos ao atentado que foi perpetrado no espaço da escola, com o corte dos choupos que lá existiam?

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