domingo, 26 de abril de 2009

Grave ... Gravíssimo ... Quo Vadis Cultura?

Recebi um "mail" da pianista Maria do Céu Camposinhos que transcrevo em baixo.
Palavras para quê? Isto é Portugal! E depois venham falar-me em TGV's, auto-estradas e pontes sobre o Tejo ... Que eu depois logo lhes digo onde vão pôr o voto! É caso para dizer: "Mudam as moscas, mas a m... é sempre a mesma". Passaram já 35 anos, mas Portugal continua a ser Lisboa e o resto são paisagens! O mal disto tudo é que, quando precisam de nós músicos, até nos chamam génios, só para se mostrarem que até são cultos - como diz um amigo meu também músico.
Antes de deixar este triste "mail", pergunto: Quo Vadis Cultura?

"Maestro , lamentavelmente o nosso concerto em lisboa já não se vai realizar por agora, como se pode ler no comunicado abaixo.
A cultura tb está em crise !!
Maria do céu

Exmas. Senhoras:
Maria do Céu Camposinhos
Paula Almeida

Lisboa, 23 de Abril de 2009

Assunto: Recital de Violoncelo e Piano Palácio Foz

Exmas. Senhoras,

Conforme solicitado, venho por este meio comunicar que o recital sugerido por V.Exas, agendado para o dia 10 de Maio de 2009, a ter lugar na Sala dos Espelhos do Palácio Foz, foi adiado sine die. No âmbito do Programa de Apoio Directo às Artes de 2009, a Direcção-Geral das Artes não atribuiu qualquer apoio à Juventude Musical Portuguesa (JMP), razão pela qual esta Associação foi forçada a adiar todos os recitais (excepto aqueles que já se encontram apoiados e a realizar em parceria com outras entidades), até conseguir financiamento para a sua concretização.

Com os melhores cumprimentos,

Maria João Rodrigues"

2 comentários:

  1. Caro Vasco,

    São maus tempos para a lírica, sendo lírica entendida em sentido lato como todas as actividades que estão a sofrer a crise.

    Esperemos não regressar à Idade das Trevas, mas se voltarmos, diz-nos a história que à Idade das Trevas sucederá o Renascimento. Botticelli's, Miguel Angelo's e Da Vinci's apareçam quanto antes.

    Por cá esperemos que a Ad Septem Ars lidere esse movimento renascentista. Olhe já agora, se alguém se lembrar de fazer uma reedição da Primavera de Botticelli sugiro que a figura central seja uma componente do Quintento Trítono que vi actuar na semana passada no convento (o fotografo da AdSeptem Ars fez um primeiro plano).

    Para além de muita beleza cantava como as sereias

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  2. Magnifico Maestro

    É de louvar a sua atitude pró-activa por defender uma cultura para todos e por ter realizado alguns movimentos no sentido de aguçar gostos e despertar curiosidades nos últimos tempos, dignifico também a sua grande formação musical e pedagógica. Os tempos vão em “crise” não apenas para as suas queridas artes musicais, como anteriormente pude ler aqui no seu espaço, mas também, e com mais importância ainda (deverá concordar comigo, de certo), na nossa mesa.
    Estimado Sr.Vasco, e não me interprete mal por favor (não duvido do muito que a musica alimenta… o espírito - mas tenha pachorra), há famílias inteiras que passam dificuldade para terem os seus filhos a estudar em conservatórios, sem terem posses para tal. Que podem esperar estas pessoas da musica? Com que pincel ou em que contornos, pintará esta arte (musica), o futuro destas crianças?
    Sr.Vasco espero com isto ter despertado a sua cultura mais humanista, assim como um olhar mais realista e atendo para o panorama socioeconómico onde a musica se insere, bem como para as suas mais-valias enquanto opção com futuro.

    Um bem-haja.

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